domingo, 14 de março de 2010

GRÃO INTEGRAL, O MELHOR PARA SUA SAÚDE!


Risoto de Arroz da Terra

Estudos epidemiológicos demonstram as seguintes evidências: o aumento de 10gramas de na ingestão de grãos integrais, diminui em 30% o risco de morte por onfarto no miocárdio; 3 porções de grãos integrais/dia, diminui em 25% o risco de doença arterial coronariana em homens; para mulheres 1 porção de grão integral /dia, diminui entre 30-365 o risco de doença cardíaca sistêmica; 3 porções de alimentos contendo grãos integrais, reduz em 36% o risco de Acidente Vascular cerebral-AVC.
Um estudo com pacientes hiperinsulinêmicos com sobrepesoe diabéticos tipo II, demonstrou que a ingestão de uma dieta com grãos integrais durante seis semanas, reduziu em 10% os níveis de insulina de jejum, indicando uma melhora na sensibilidade à insulina.
Uma meta-análise sobre tipos de câncer hormônio/dependente, mostrou uma redução de risco de morte de 10 a 40% com ingestão alta de grãos integrais.
O Nurses Health Study Harvard com 75000 mulheres que consumiam grande quantidade de grãos integrais tinham peso menor quando comparadas as que não consumiam grãos integrais.Em outro estudo com homens, houve uma associação direta entre ingestão de grãos integrais e redução de peso.

A Paraíba tem arroz da terra ( arroz vermelho ), que alimentou a minha infância e hoje reconhecido como um super alimento integral e divulgado para o mundo através da Fortaleza do Arroz Vermelho do Vale do Piancó/PB, coordenada pelo Slow Food; milho que alimenta nossas festas juninas com diversas iguarias e que fazem parte da alimentação do paraibano e do nordestino, nestas festas juninas com inúmeras preparações ou no dia a dia no cuscuz matinal com ovo,leite de gado ou leite de coco, com manteiga ou requeijão, com queijo coalho ou carne de sol...nutrindo e deixando o sertanejo forte.
Eu sou sertaneja feita da fibra do homem e da mulher nordestina com muito orgulho!
Saborear nossa rica gastronomia e descobrir nossos produtos é apostar na sua saúde.

Profª Ms Linda Susan de Almeida Araújo, Escola de Nutrição da UFBA.

Linda Susan 14/03/10  Salvador/BA

Quer emagrecer com saúde? Conheça as metas!



METAS PARA EMAGRECER



O Centro de Referência em Nutrição da USP- CRNUTRI, relata que, segundo o Ministério da Saúde-MS, 43% da população brasileira apresenta excesso de peso e 13% são obesos.
O Globo Repórter, programa da Globo do dia 12/03/04, abordou o tema da obesidade apresentando o trabalho dos pesquisadores do CRNUTRI, os quais apresentaram um programa demonstrando que é possível emagrecer com qualidade de vida e prazer. Para tanto, a educação nutricional associada a mudanças no estilo de vida, pode fazer muito mais pela sua saúde.
O CRNUTRI, dentro do Programa de Educação Nutricional, estabeleceu 14 metas para serem atingidas pelos assistidos do programa, duas a cada semana.
A saber:

1) Faça de 5 a 6 refeições por dia.
2) Frutas na sobremesa e nos lanches.
3) Coma verduras e legumes no almoço e no jantar.
4) A porção de carne deve ser do tamanho da palma da mão.
5) Troque a gordura animal por vegetal e consuma com moderação.
6) Modere nos açúcares e nos doces.
7) Diminua o sal e os alimentos ricos em sódio.
8) Consuma leite ou derivados na quantidade recomendada.
9) Consuma pelo menos 1 porção de cereal integral.
10) Coma uma porção de leguminosas por dia.
11) Reduza o álcool. Evite o consumo diário.
12) Beba no mínimo 2 litros de água por dia.
13) Faça pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias.
14) Aprecie sua refeição. Coma devagar.


Antes que você blogado pense em aderir as metas procure um nutricionista, para elaboração de um plano alimentar personalizado. Entendendo que as metas devem ser alcançadas para que o emagrecimento ocorra de forma gradativa e que durante este processo você estabeleça um relação diferente com o ato de comer.
Vamos analisar cada meta para melhor compreensão e adesão.

1) Faça de 5 a 6 refeições por dia.
O fracionamento da alimentação tem como objetivo, fracionar as calorias e os nutrientes, distribuindo-os pelas 24 horas do dia, facilitando o uso pelo organismo na execução de suas funções.Este fracionamento equilibra o gasto energético e diminui a probabilidade de armazenamento na forma de tecido adiposo.Também favorece a diminuição da resposta insulínica e o surgimento de alterações no trato gastro intestinal como gastrites.
2) Frutas na sobremesa e nos lanches.
De preferência de quatro cores diferentes. Cada cor confere um valor nutricional funcional relacionado aos fitoquímicos presentes. Recomendo o uso da laranja durante o almoço. Como servir? Descasque a laranja mantendo a parte da porção branca, corte-a em pedaços pequenos e coma-os durante o almoço. A laranja é rica em: vitamina C que auxilia na absorção do ferro do feijão,aumenta os níveis do HDL, o colesterol bom e melhora o sistema imunológico; em fibras que diminui a absorção de colesterol, auxilia na formação do bolo fecal combatendo a constipação intestinal e auxilia na eliminação de gases.
3) Coma verduras e legumes no almoço e no jantar. 
Ambos são de baixa densidade calórica e possuem alto poder de saciedade, são de digestão lenta, e são ricos em fibras as quais são acalóricas em sua maioria. São ricos em fitoquímicos, nutrientes funcionais.
4) A porção de carne deve ser do tamanho da palma da mão.
Empiricamente é a quantidade de proteína que deve ser consumida por um adulto no almoço e no jantar. Excesso de proteína pode favorecer o aparecimento de doenças, a exemplo da gota úrica.
5) Troque a gordura animal por vegetal e consuma com moderação.
Troque a gordura saturada( de origem animal), por gordura poliinsaturada e monosaturada (de origem vegetal), a exemplo do azeite, pois estas previnem o surgimento de doenças cardiovasculares.
6) Modere nos açúcares e nos doces.
Estes são carboidratos simples de rápida digestão e com baixo poder de saciedade (você vai sentir fome mais rápido) e tem resposta insulínica mais rápida o que pode levar o indivíduo a desenvolver hiperinsulinemia.
7) Diminua o sal e os alimentos ricos em sódio.
Em excesso favorece o aparecimento da hipertensão arterial e nos hipertensos aumenta o risco do surgimento de problemas cardiovasculares.
8) Consuma leite ou derivados na quantidade recomendada( duas a tres porções /dia)
Os laticínios são ricos em cálcio, que previne a osteoporose, participa do trabalho muscular e segundo as últimas pesquisas, eliminam gorduras através das fezes.
9) Consuma pelo menos 1 porção de cereal integral.
Melhora a resposta insulínica, diminuem o risco cardíaco e auxiliam na perda ponderal.
10) Coma uma porção de leguminosas por dia.
Rico em ferro e fibras e o feijão associado ao arroz forma uma proteína de melhor biodisponibilidade.É rico em triptofano, um aminoácido que é precussor da serotonina hormônio responsável pela regulação do sono, da sensação de bem estar e do bom humor.
11) Reduza o álcool. Evite o consumo diário.
O álcool é prejudicial à saúde e ao bem estar social e possui alto teor calórico. Quanto maior o teor alcoólico da bebida maior o teor calórico desta.
12) Beba no mínimo 2 litros de água por dia. 
A hidratação é fundamental na saúde humana e água sacia a sede muitas vezes confundida com fome.
13) Faça pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias. 
Aumenta o gasto energético, favorecendo o equilíbrio energético e “queimando” gorduras de depósito no tecido adiposo.
14) Aprecie sua refeição. Coma devagar.
Transforme a refeição num momento de compartilhar sabores, saberes e prazeres com a família e os amigos.
A mastigação é o ato que inicia o processo digestivo e feita de forma adequada, está associada à saúde e ao prazer de comer. A mastigação correta ajuda na formação do bolo alimentar e favorece a ação da amilase salivar, enzima que inicia o processo de digestão na boca; envia ondas peristálticas através do esôfago para o relaxamento do esfingter gastro-esofagiano e a liberação de ácidos, sais biliares e enzimas digestivas. Com a mastigação adequada e o tempo gasto na refeição o cérebro decodifica a informação em saciedade.

Além destas metas recomendamos: retorno a atividade da preparação dos alimentos desde a compra consciente até a preparação e serviço; o uso do café sem açúcar, uma vez que pesquisas recentes afirmam que o uso da cafeína pode aumentar o gasto energético em até 100/kcals.




Profª Ms Linda Susan de Almeida Araújo- Escola de Nutrição da UFBA.



Linda Susan 14/03/10 Salvador/BA

sexta-feira, 12 de março de 2010

Afrodisíaca, bebida do tesão!


Aphrodope: tesão engarrafado


Vai uma dose, queeeerido?
Chega ao mercado a primeira bebida comprovadamente afrodisíaca! Aphrodope é um licor que contém mais de trinta componentes, 18 deles afrodisíacos usados ao longo da história da Humanidade: frutas, ervas, raízes, berries. A fórmula foi descoberta acidentalmente há cerca de 30 anos, quando um médico comprou um velho livro em um sebo de Paris. No meio dele, um antigo papel escrito a mão trazia a receita do Elixir de Afrodite. Ele passou quase duas décadas atrás dos ingredientes ideais. Quando encontrou… sua vida mudou! Potencializou seus efeitos físicos e emocionais durante e após o sexo; aumentou seu vigor, desejo e prazer; melhorou seu sistema imunológico. O médico estava sempre feliz e com tesão. Hoje, o usa no preparo de bebidas e receitas e todo mundo adora.
Está estranhando o discurso? Bom, é o que o site do Aphorodope diz. Fabricada na Austrália, a bebida é vendida online e entregue em todo o mundo (para o Brasil, a garrafa de 500ml custa U$ 92,50). Olha, vou dizer que a melhor coisa de tudo é o vídeobizarro que apresenta o produto. Assista porque é risada garantida, principalmente na parte dos melões (você vai entender).
Se funciona ou não, realmente não sei: ainda não encomendei a garrafa porque, vamos convir, é bem carinha. Mas que estou curiosa, estou. Quem comprar vem aqui e avisa se funcionou, tá?
Aqui, uma das receitinha do site:
Black Lover
2 partes de Aphodope
1 dose de café expresso
1 colher de sopa de mel
1 colher de chá de chantily
Adicione o Aphodope ao café expresso, miture com o mel e sirva com o chantilly

Linda Susan 12/03/10   Salvador/BA

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Alimentos leves e muita água ajudam a manter o pique no Carnaval.


Valéria Sinésio e Linda Susan.



By Valéria Sinésio ( Jornal da Paraíba)
Alimentos leves e muita água ajudam a manter o pique no Carnaval

O Carnaval dura muitos dias e exige bastante do corpo. E para manter o pique durante a folia, é preciso uma alimentação adequada e saudável, pois não há nada pior que a dor de cabeça e outros incômodos que costumam aparecer após a maratona dos quatro dias (para muitas pessoas dura bem mais). Se evitar a ressaca é impossível, a boa notícia é que existem meios de amenizar os desconfortos.
Antes de iniciar as dicas, é importante lembrar que os cuidados com a alimentação valem tanto para quem vai desfilar em algum bloco carnavalesco, como para quem enfrenta os carnavais de rua, sempre regado a muito frevo e alegria. A nutricionista Linda Susan* elencou algumas dicas preciosas para não padecer após a “Quarta-feira de Cinzas”.
A primeira delas é exatamente sobre a reposição de líquidos. “O catabolismo, ou gasto energético, utiliza água e calor, aumentando a temperatura corpórea, que por sua vez aumenta a sudorese”, explica. Quando a temperatura baixa no corpo, ocorre a perda de líquido, que precisa ser reposto para prevenir a desidratação. “Por isso, beba água, muita água”, completa.
É importante lembrar que a preferência, além da água, é para sucos naturais e água de coco. “Se o folião fizer um bom planejamento dietético, não há necessidade de consumir as bebidas energéticas”, destaca a nutricionista. O refrigerante fica de fora da lista de recomendações, por apresentar um baixo teor de hidratação. Inclusive, se consumidos em excesso podem fazer o efeito contrário: desidratar.
A reposição de líquidos vai minimizar, pelo menos, três problemas: dor de cabeça, cansaço excessivo e fraqueza muscular. Dois litros de água ou uma garrafa pequena a cada hora no sol ajudam a manter o corpo hidratado. Quanto mais tempo no sol, mais água deve ser consumida. A dica é válida também para lugares com temperaturas altas, como João Pessoa e Recife, por exemplo.
A dieta nos dias da festa do Rei Momo deve ser rica em vitaminas e em minerais, para que os foliões possam aproveitar ao máximo a folia. Linda Susan sugere, no período que antecede, carboidratos complexos para armazenar glicogênio muscular e hepático para manutenção do nível glicêmico. Segundo ela, os carboidratos são a fonte mais adequada e barata para produção de energia e antes da festa, devem ser consumidos os complexos, que servem para armazenar.
“Durante o pique, a preferência é para os carboidratos simples, para a manutenção do nível glicêmico”, recomenda. Quando a poeira baixar e for hora de voltar para casa, é preciso reequilibrar o organismo, consumindo primeiro os carboidratos simples e depois os complexos. Para quem vai acordar cedo, o ideal é um café da manhã reforçado.
É comum o consumo do álcool no Carnaval. E se você não resiste às bebidas, tente ao menos intercalar as latinhas de cerveja com um ou dois copos de suco de frutas ou  de água. O álcool é altamente calórico e deve ser consumido com moderação. É importante salientar que ninguém deve beber com o estômago vazio para evitar a hipoglicemia e até mesmo para não ter de ir embora antes que a festa termine. “O álcool aumenta a diurese, o que provoca a desidratação e a perda de vitaminas e oligoelementos do corpo”, afirma a nutricionista, acrescentando que “a longo prazo, os danos são inúmeros, principalmente os hepáticos”.

COORDENADA
Nos dias de Carnaval o organismo não tira folga e precisa das refeições, reforçadas, por sinal. Para o café da manhã, opte por pães e cereais integrais e laticínios como leite, iogurtes e queijos magros. “As frutas e sucos naturais não podem faltar no cardápio”, lembra a nutricionista. A dica é evitar alimentos gordurosos como pizzas, feijoadas e outros à base de molhos muito gorduroso ou que contenha maionese”, explica.
Ao longo do dia, a dica de nutrição é o consumo de cereais integrais como arroz e massas. “De forma que o alimento consumido contribua para a resistência física do corpo”, explica Linda Susan.

* Nutricionista, Mestre em Ciência e Tecnologia dos Alimentos e Profª da Escola de Nutrição da UFBA.



Linda Susan 23/02/10   Salvador/BA

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Qual a alimentação ideal para quem vai cair na folia no Carnaval?



Valéria Sinésio entrevista para o Jornal da Paraíba a Profª Ms Linda Susan de Almeida Araújo da Escola de Nutrição da UFBA.

1. Qual a alimentação ideal para quem vai cair na folia no Carnaval?
Durante o período que antecede, carboidratos complexos para armazenar
glicogênio muscular e hepático e  manutenção do nível glicêmico
durante a folia.

2. Qual a importância da reposição de líquidos para o corpo do folião?
O catabolismo( gasto energético) utiliza água também e o calor  aumenta a
temperatura corpórea, o que aumenta a sudorese com o objetivo de baixar
a temperatura causando perda de líquído, o qual precisa ser reposto para
prevenir a desidratação.

3. Já que o Carnaval é uma festa que exige muito do corpo, os carboidratos
 podem ser incluídos no cardápio?
Os carboidratos são a fonte mais adequada e mais barata para produção
de energia e devem ser utilizados,antes, os complexos(armazenar)raízes, tubercúlos, grãos integrais,feijões;
durante, os simples,açúcares, mel, doces, rapadura ( uso imediato e manutenção do nível glicêmico); e
depois para reequilibrar o organismo, 1º os simples e depois os
complexos.

 4. As bebidas energéticas são boas opções para o folião?
Se o folião fizer um planejamento dietético não há necessidade.Mas sim
de hidratação com água, muita água.

5. E a ingestão de álcool, até que ponto não vai prejudicar o corpo? E quais
os efeitos posteriores?
O alcool é prejudicial à saúde sempre, principalmente o excesso.Provoca além do problema social, o aumento da criminalização.Em relação a saúde, aumenta a diurese, o que provoca a desidratação e também perda de vitaminas.A longo prazo os danos são inúmeros mas principalmente os danos hepáticos.

Linda Susan 12/02/10    João Pessoa/PB

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ácidos graxos ômega-3 podem contribuir com a prevenção do diabetes tipo 2


Ácidos graxos ômega-3 podem contribuir com a prevenção do diabetes tipo 2
Data:            04/02/2010
Autor(a):       Iara Waitzberg Lewinski
Fotógrafo:    Camila Marques


O consumo moderado de ácidos graxos ômega-3 e uma dieta com uma relação alta de ômega-3/ômega-6 foi associada com o alcance de valores glicêmicos normais em brasileiros descendentes de japoneses em estado pré-diabético.
Estudos relatam que a dieta consumida no Japão, rica em ácidos graxos ômega-3, é o alicerce para a proteção contra as doenças cardiovasculares e que os descendentes de japoneses nascidos no Brasil passam a adotar um estilo de vida ocidental, fortemente associado com o risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
A hipótese deste estudo seria que mudanças na dieta poderiam melhorar o metabolismo da glicose. Mais especificamente, que a relação entre os ácidos graxos dietéticos, especialmente o ômega-3, e a razão entre ômega-3 e ômega-6, poderiam melhorar a tolerância à glicose após 12 meses de intervenção em brasileiros descendentes de japoneses com alto risco para desenvolver diabetes tipo 2.
Antes da intervenção, 455 descendentes de japoneses foram selecionados, sendo 36% deles com tolerância normal à glicose, 9,2% com glicemia de jejum alterada (ou “pré-diabetes”, glicemia de jejum de 100 a 125 mg/dL ou 5,6 a 6,9 mmol/L), 25% com tolerância alterada à glicose (glicemia de 140 a 199 mg/dL ou 7,8 a 11,0 mmol/L na segunda hora do teste da curva glicêmica) e 29% portadores de diabetes tipo 2.
Destes indivíduos, os autores selecionaram apenas os que apresentavam glicemia de jejum alterada e tolerância alterada à glicose, somando um total de 156 participantes. O estudo consistiu das seguintes intervenções no estilo de vida: 150 minutos de atividade física por semana, redução do consumo de carne vermelha, aumento do consumo de peixes (especialmente a sardinha, pois se trata de um peixe facilmente encontrado no Brasil, de baixo custo e elevado teor de ômega-3), aumento do consumo de óleo de oliva (duas porções por dia) e oleaginosas, além das recomendações gerais, como consumo de 400 g de frutas e vegetais por dia, redução da energia proveniente das gorduras saturadas (< 10%), redução de frituras e aumento do consumo de leite e derivados (2 a 3 porções por dia). Para os indivíduos com sobrepeso ou obesidade central foi prescrita uma dieta com restrição de 500 a 1000 Kcal/dia. Os participantes com peso dentro da normalidade puderam comer à vontade.
Durante os 12 meses de intervenção, os participantes frequentaram algumas sessões com nutricionistas e treinadores físicos. Foram colhidas medidas bioquímicas, antropométricas e recordatórios alimentares.
A idade dos participantes variava entre 31 e 87 anos. Após o período de intervenção, 36% dos indivíduos permaneceram com glicemia de jejum alterada ou tolerância alterada à glicose, 59% desenvolveram níveis normais de glicemia e 5% desenvolveram diabetes tipo 2. Não houve diferença com relação a gênero, idade, circunferência da cintura ou índice de massa corporal entre as pessoas que desenvolveram diabetes ou permaneceram pré-diabéticas.
Com maior proporção de ômega-3/ômega-6 (0,151 ± 0,04) e maior porcentagem de energia proveniente de ácidos graxos ômega-3 (2 ± 1%), foi relatado um aumento de 90 g/semana no consumo de peixe entre os indivíduos que se tornaram normoglicêmicos. Contrariamente, menor porcentagem de energia proveniente dos ácidos graxos ômega-3 (1,86 ± 1,1%) e menor proporção de ômega-3/ômega-6 (0,142 ± 0,04) foram encontrados naqueles indivíduos que permaneceram pré-diabéticos, que não aumentaram sua ingestão de peixes.
O consumo de oleaginosas foi baixo e nenhum participante relatou ter feito uso de suplementação de óleo de peixe.
A prática de atividade física também se relacionou com a melhora do metabolismo da glicose, sendo diretamente proporcional à chance de desenvolver normoglicemia.
“Os resultados mostraram a importância da qualidade antes da quantidade das gorduras dietéticas sobre o metabolismo da glicose. Isto é de grande interesse para a saúde pública, a fim de promover hábitos de vida saudáveis visando à prevenção de doenças crônicas”, relatam os autores.
“Por razões éticas, não houve um grupo controle, e isto foi a maior limitação do nosso estudo. Nenhuma conclusão pode ser concreta sem a presença de um grupo controle adequado”, concluem os autores.

Referência(s)

Sartorelli DS, Damião R, Chaim R, Hirai A, Gimeno SG, Ferreira SR. Dietary omega-3 fatty acid and omega-3: omega-6 fatty acid ratio predict improvement in glucose disturbances in Japanese Brazilians. Nutrition. 2009. [Epub ahead of print].





Linda Susan 05/02/10   Salvador/BA

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

OBESIDADE E RISCO À SAÚDE

Um prato de alta palatabilidade !
OBESIDADE E RISCO À SAÚDE


As taxas de obesidade veem aumentando no mundo inteiro, afirmam as pesquisas epidemiológicas. Os humanos variam na sua presdisposição genética ao sobrepeso em resposta às condições ambientais.A obesidade moderna é uma resposta biológica previsível as nossas novas condições ambientais.Constata-se este fato à resposta da população ao consumo de alimento processado de menor preço em relação ao alimento in natura, que ainda demanda tempo, energia e trabalho para ser preparado.

A epidemia de obesidade foi descrita como uma doença neuro-química recidivante, decorrente entre o hospedeiro e o ambiente.

O gasto energético é fator determinante no equilíbrio ponderal. O que observa-se atualmente, é que, a relação entre a ingestão e gasto energético está desequilibrada. Os alimentos calóricos são mais atrativos, o tempo disponível para a alimentação diminuiu, e ainda tempo para aquisição de gêneros e preparo das refeições praticamente desapareceram nas grandes cidades. Associa-se a estes fatos, o sedentarismo da sociedade “moderna” que alteraram o gasto energético. O organismo humano busca se adequar as estas mudanças ambientais.
Quando o consumo calórico é maior que o gasto energético, o desequilíbrio energético provoca desordens metabólicas, as quais levarão o indivíduo a desenvolver a síndrome metabólica , e a obesidade é parte desta síndrome.

A estimulação da termogênese é atualmente um caminho pesquisado pela tecnologia dos alimentos. A cafeína isoladamente ou em combinação com outros extratos vegetais comestíveis pode aumentar o gasto energético em até 100kcal/dia, esta ação tem interessado muito a indústria de alimentos. Este uso poderia minimizar os efeitos deletérios da alimentação fast food tão consumida nos últimos tempos. No entanto, a atividade física voluntária é o único componente de gasto energético que temos controle direto, e é o modo mais promissor de perda de peso, de prevenção e controle da obesidade, claro, associado a uma alimentação personalizada.

O apetite e a saciedade, são outros fatores interferentes no controle de peso. Estas são sensações de interações de sinais, percepções sensorias, distensão do estômago, mensagens hormonais e neurais enviadas do trato gastro intestinal e do cérebro ao resto do corpo. Esta complexa rede de sinais é responsável pela regulação da ingestão de alimentos. Comportamentos aprendidos, padrões de alimentação e sinais externos( exposição a propaganda midiática), ambiente de casa ou do trabalho e relações pessoais, são significativas.
Pesquisas recentes sugerem que alimentos ricos em açúcar e gordura aumentam a expressão dos sinais de fome, reduzem a resposta a sinais de saciedade e ativam o sistema de recompensa( um dos fatores que levam ao prazer de comer). A alta palatabilidade de alimentos ricos em açúcar e gordura poderia levar ao “ hiperconsumismo passivo”. Ouvir os sinais de fome e saciedade do corpo, deve ser proposto como um possível tratamento da obesidade e para evitar o ciclo engorda/emagrece.

A obesidade também está associada aos processos inflamatórios. Os adipócitos, liberam moléculas bioativas, dentre elas proteínas com baixo peso molecular que promovem inflamação, considerada causa principal no desencadeamento da doença cardiovascular. A exemplo do fator de necrose tumoral, que ativa mudanças inflamatórias no tecido vascular e ainda interfere na sinalização da insulina e causa resistência à insulina.

A densidade energética dos alimentos é uma abordagem para controle ponderal que visa a saciação e a saciedade, aumentando a proporção de alimentos ricos em água e fibras, reduzindo desta forma a densidade energética das refeições. A palatabilidade baixa destas refeições dificulta a adesão ao tratamento.
A alimentação rica em proteínas é uma linha de tratamento por curto e monitorado período e que também usa a saciação e a saciedade, com uma vantagem, a alta palatabilidade das refeições e a independência da grelina e leptina. Outros hormônios estão envolvidos na saciedade como a colecistocinina e o peptídeo glucagon símile 1, que são secretados em resposta a nutrientes no trato gastro-intestinal.

Para perda de peso, a redução calórica deve ser de 500kcal/dia por longo período, associado ao gasto energético e a mudanças de estilo de vida e moderação.

No planejamento alimentar o nutricionista deve considerar, além de todos os elementos da relação saúde/doença, os fatores ambientais, sociais, de trabalho, de exposição midiática, de como este indivíduo se relaciona com a comida e principalmente seus valores culturais, os quais vão fornecer dados concretos que serão determinantes na adesão ao tratamento dietoterápico.

Profª Ms Linda Susan de Almeida Araújo  01/02/10  Salvador/BA